sábado, 29 de novembro de 2014

UM ANO QUE CONHECI O DESCONHECIDO

To sumida né? Não é proposital, ja disse que a vida vai voltando ao normal e o assunto vai ocupando um espaço menor mas ainda assim rende muita coisa.
Claro que ainda tenho muito o que contar, muito a dividir, até porque estou vivendo uma nova vida e acho que vale a pena registrar. Assim como também me sinto na obrigação de mostrar para as pessoas que estão começando essa batalha que o período mais dificil passa e a vida segue.
Oh, prometo ser mais presente!
Terminar as quimios e a radio foi um alivio. Considero que o tratamento em si acabou mas até abril ainda faço aplicação de Herceptin, de 21 em 21 dias, e faço hormonoterapia por 5 anos, via oral.
Mas isso é fichinha diante de tudo que ja passou ...
Contei que ja que fiz minha primeira bateria de exames pós tratamento né? Só não falei que a cabeça que não ta muito legal. Como assim? Entrei na terceira fase do tratamento: a paranoia. Fazer exames é como trazer à tona todos os medos e sei que sera assim por pelo menos uns 2 anos (ou resto da vida, vai saber...).
Continuo firme e forte na terapia mas esse medo consegue ser mais forte.
Só volto na masto em março, no onco volto em janeiro e assim a vida segue.
Ainda vou falar só da fase paranoia pq assunto não vai faltar.
Bom, mas lembrei de escrever hoje pq faz exatamente um ano que fiz a minha primeira quimio. Um ano que me deparei com aquele procedimento desconhecido, que só ouvia falar mal, que morria de medo mas que sabia que era inevitável, ele salvaria minha vida.
Quando eu lembro como foi tranquilo tenho vontade de chorar de alivio. Fui abençoada por ter reagido tão bem!
Pois é, faz um ano que me vi sentada numa daquelas cadeiras que nunca pensei em me sentar, que pela primeira vez na vida senti minha mãe impotente diante de uma situação, que comecei a falar naturalmente de um assunto que eu sempre evitei ... enfim, um ano que me armei para enfrentar o desconhecido e descobri que ele nem era tão ruim assim.